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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O ANTI-ARTICO DA VIDA

O anti-ártico da vida



O incêndio na estação brasileira da Antártica é uma lição interessante neste mundo de contradições. A própria palavra “Antártica”, que é um adjetivo formado da preposição antí (contra) e do adjetivo artikós (norte), ajuda na reflexão. Vivemos num planeta com dois pólos opostos, e as experiências nos ensinam que em tudo existe um “antártico”, um contrário, e por isto precisamos estar preparados para o gelo e para o fogo, o trabalho e as férias, o bem e o mal, a vida e a morte. Mas aí começa o nosso problema quando queremos explorar e conquistar o mundo sem esforço e os inevitáveis fracassos. Segundo informação, as pesquisas brasileiras na Antártica receberam em 2011, R$ 9 milhões de investimentos, enquanto neste período o governo gastou R$ 54 milhões com a rubrica “festividades”. Precisou acontecer o incêndio e as duas mortes para o país compreender a dura realidade da missão no Pólo Sul. 

Neste próximo Domingo a leitura do Evangelho litúrgico (Marcos 8.27-38) lembra que Jesus começou a preparar os seus discípulos, dizendo: “O Filho do Homem terá de sofrer muito”. Pedro pediu para o Senhor não ir a Jerusalém, mas foi repreendido. “Se alguém quer ser o meu seguidor (...) esteja pronto para morrer como eu vou morrer”, explicou o Salvador. Na jornada cristã não existe glória sem cruz, situação que hoje muitos crentes esqueceram ao seguirem a teologia da prosperidade – o céu aqui na terra sem os infortúnios físicos e materiais. “Saia da minha frente, Satanás”, diz Jesus a Pedro e a qualquer imortal que ignora os reais investimentos para conquistar a “vida verdadeira” (8.35). É isto que sustenta Paulo, conforme outra leitura deste Domingo: “E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança” (Romanos 5.3,4). É o fogo no gelo que gera cinzas e renovação.

Marcos Schmidt

pastor luterano

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