O drama na vida real deste ator que se enforcou de verdade ao interpretar Judas pode auxiliar com a verdadeira Páscoa. O rapaz encontra-se em estado grave, mas não corre risco de morte. Segundo o delegado, "em tese um cadarço que amarrava a capa que ele usava é que o enforcou". O assunto foi comentando mais que a própria paixão de Jesus, e penso que pode ajudar numa reflexão mais sincera sobre a religiosidade e costumes com respeito a morte e ressurreição de Jesus, mas que ficam apenas em gestos teatrais. O perigo é o drama teatral transformar-se em tragédia autêntica.
Não me refiro às tradições e encenações religiosas em si, até porque elas ajudam na divulgação do Evangelho. Falo do cristianismo "espetáculo", da fé encenada – daquilo que disse Jesus: "Quando vocês jejuarem, não façam uma cara triste como fazem os hipócritas (...) Mas você, quando jejuar, lave o rosto e penteie o cabelo para os outros não saberem que você está jejuando" (Mateus 6). O risco pessoal ao encenar a fé para enganar os outros está no "nó do cadarço" daquilo que é o mais sagrado neste mundo, o nome de Deus. Tão sagrado que o mandamento diz: "Não tomarás em vão o nome do Senhor, teu Deus, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. Este foi o grave pecado de Judas ao interpretar a si mesmo com a máscara da piedade, culminando sua cínica falsidade no palco do Getsêmani com o beijo da traição.
A fé sempre foi também objeto de grande perigo, porque quem vê cara não vê coração. E o pior dano não é na vida dos que são enganados, mas na vida do próprio falsário. O clássico exemplo é Judas que enganou a si mesmo. Se tivesse se arrependido igual a Pedro, teria a chance de ser autêntico e ter o perdão daquele a quem traiu. Mas preferiu seguir o teatro da vida, pior, o teatro da morte, e tornou-se um lastimável exemplo da mentira. Que nunca interpretemos Judas na vida real...
Marcos Schmidt
Não me refiro às tradições e encenações religiosas em si, até porque elas ajudam na divulgação do Evangelho. Falo do cristianismo "espetáculo", da fé encenada – daquilo que disse Jesus: "Quando vocês jejuarem, não façam uma cara triste como fazem os hipócritas (...) Mas você, quando jejuar, lave o rosto e penteie o cabelo para os outros não saberem que você está jejuando" (Mateus 6). O risco pessoal ao encenar a fé para enganar os outros está no "nó do cadarço" daquilo que é o mais sagrado neste mundo, o nome de Deus. Tão sagrado que o mandamento diz: "Não tomarás em vão o nome do Senhor, teu Deus, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. Este foi o grave pecado de Judas ao interpretar a si mesmo com a máscara da piedade, culminando sua cínica falsidade no palco do Getsêmani com o beijo da traição.
A fé sempre foi também objeto de grande perigo, porque quem vê cara não vê coração. E o pior dano não é na vida dos que são enganados, mas na vida do próprio falsário. O clássico exemplo é Judas que enganou a si mesmo. Se tivesse se arrependido igual a Pedro, teria a chance de ser autêntico e ter o perdão daquele a quem traiu. Mas preferiu seguir o teatro da vida, pior, o teatro da morte, e tornou-se um lastimável exemplo da mentira. Que nunca interpretemos Judas na vida real...
Marcos Schmidt
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