O
que dizer sobre a polêmica eleição do deputado e pastor Marco Feliciano
para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da
Câmara? Ele é acusado de racismo e homofobia ao declarar na Internet que
os negros são "descendentes amaldiçoados de Noé" e que "a podridão dos
sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição". Se
estas e outras denúncias são verídicas, de fato é um escândalo para a
política e o cristianismo. Mas o imbróglio é complexo, tanto na esfera
política como religiosa. Confusão - este é o nome para tudo isto que
presenciamos na sociedade brasileira e no mundo quando ninguém mais se
entende. E a maioria também não entende o quê está por traz de tudo.
Quando a poeira se levanta, o que se enxerga? Nada! O que se vê mesmo é
uma disputa de poder e ideologias em nome disto e daquilo, que gera
radicalismos, ódio, brigas. Uma Torre de Babel!
A
própria mistura de política e religião é conflituosa, igrejas e
pastores remetidos à Idade Média quando imperador e papa dividiam reinos
e propriedades e julgavam doutrinas e leis civis na mesma mesa. Por
outro, têm aqueles que confundem "nação laica". Pensam que o país
precisa ser descrente, têm preconceitos a fé cristã, querem liberdade
para tudo (menos para opiniões contrárias) e trocam moralidade pela
indecência. E assim a guerra está feita por ambos os lados -
conservadores e liberais, "morais e imorais", da direita e da esquerda,
crentes e ateus. Quem perde? Quem vence? O tempo não precisa mais dizer.
Com certeza é preciso sabedoria, bom senso, tanto na ordem democrática
quanto na vida religiosa. E se a minha religião é Cristo, devo
obedecê-lo para não fazer igual a Pedro que decepou a orelha do soldado.
"Guarde a sua espada, eu não preciso deste tipo de ajuda", disse o
Senhor. Por isto, se atacam o reino dos céus com a mão do poder público e
se defendem os céus com instrumentos políticos, as Cruzadas já
ensinaram que a Cruz não é espada.
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