Quem paga a conta?
“A questão do desenvolvimento sustentável não é para a próxima geração, é para a nossa”, declarou um economista indiano sobre a importância das decisões na conferência Rio+20. As projeções são alarmantes: o efeito estufa continua crescendo, e mais de um terço das espécies terrenas pode desaparecer se as mudanças climáticas seguirem no ritmo de hoje. Por isto a urgência para selar o documento final – um emaranhado texto com propostas polêmicas. Afinal, quem vai pagar a conta? Para uma “economia verde” é necessário muito, muito dinheiro. E ninguém está disposto a botar a mão no bolso, nem os países ricos em crise, muito menos as nações pobres que lutam para sobreviver.
E agora? O jeito é fugir para São Francisco de Paula e esperar o “apocalipse”. Mas este não é o caminho cristão para enfrentar os problemas, esperando a morte ou o fim do mundo. Ao menos para aqueles que entendem que a vida em todos os aspectos é um presente de Deus, e que têm a tarefa de servir o próximo, no amor e no exemplo daquele que pagou a maior conta numa cruz. “Tu lhe deste poder sobre tudo o que criaste”, disse o rei Davi ao falar do Criador e do ser humano. “Tu puseste todas as coisas debaixo do domínio dele: as ovelhas e o gado e os animais selvagens também; os pássaros e os peixes e todos os seres que vivem no mar” (Salmo 8). Drasticamente, um domínio que traz degradação desde o momento quando a criatura resolveu ser o criador. Um domínio motivado pela cobiça de ter mais ovelhas e gado, de possuir mais terras, de conquistar mais isto e mais aquilo. Mais, mais e mais. Sem perceber que a conta final é menos, menos e menos.
Existe uma promessa do novo céu e nova terra da boca daquele que está sentado no trono: “Agora faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21.5). Mas uma promessa que compromete na manutenção da vida neste mundo velho e corrupto. Um preço que está na conta de todos e que um dia será cobrado.
Marcos Schmidt
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