Feliz oportunidade
Tem um presente que não dá para trocar. É o passado. Mesmo que tenha sido só um segundo. O que se usou se usou. Se foi só para experimentar, já vale. É um presente. Ou melhor, é um passado sem regras que garantem devolução. Por isto esta sensação de perda em mais um final de ano. Foram 525 mil e 600 minutos; oito mil e 760 horas; 365 dias; ou simplesmente um ano. Se não serviu, ficou apertado, grande demais, não funcionou, agora é tarde. E avisos não faltaram. Estava lá no contrato: “sem devolução”. O quê fazer agora? O réveillon pode ser uma tentativa frustrada de fuga, uma celebração de pura fantasia. Melhor mesmo é enfrentar a realidade. Como? Simples: fazer uns ajustes.
Tempo, por isto, é mais que cronômetro. É oportunidade. É o que o apóstolo recomendou: “Os dias em que vivemos são maus; por isso aproveitem bem todas as oportunidades que vocês têm. Não ajam como pessoas sem juízo, mas procurem entender o que o Senhor quer que vocês façam” (Efésios 5.16, 17). Se perdi o juízo no dia de ontem, na semana que se foi, no ano que voou, então ainda tem o presente. Um presente só para mim, customizado, na medida certa, da cor preferida, fabricado e guardado para mim. E que não precisa trocar. E quais as coisas que Ele deseja que eu faça? Preciso olhar para trás e perceber o que não fiz de bom e o que fiz de ruim. Porque, “se dizemos que não temos pecados, estamos nos enganando (...) Mas, se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é correto: ele perdoará (1 João 1). Este é o presente de Natal que as traças e a ferrugem não podem destruir e os ladrões não podem roubar (Mateus 8.20). Assim, melhor do que roupa nova é a dica: “Vistam-se com a nova natureza, criada por Deus, que é parecida com a sua própria natureza e que se mostra na vida verdadeira, a qual é correta e dedicada a ele” (Efésios 4). Por isto, um feliz ano novo. Ou, feliz oportunidade!
Marcos Schmidt
pastor luterano
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