Texto: Marcos
9.30-37
Tema: O
maior serve
O
desejo de ser primeiro é uma das marcas do ser humano. Ser o primeiro no
vestibular, ter a nota mais alta, ter destaque, buscar espaço. E isso, na vida
secular, e feito de maneira justa e correta, não é ruim.
E normalmente,
o primeiro se torna maior, se torna destaque, e também se torna alvo do serviço
dos outros. O que também é normal para
os padrões humanos.
Mas
na vida da família de Deus isso é diferente: de certa forma, não há primeiro,
não há maior, não há melhor. Há sim primeiros e últimos.
· Os
discípulos conversavam, despistam e Jesus questiona:
que conversa é essa?
·
O
diabo usa a armadilha de classificar melhores e piores no reino de Deus – e
isso pode acontecer conosco.
·
Mas
Jesus responde a pergunta de duas formas:
1 – Maior é o que serve
os outros!
· Mateus
20, falando à Igreja – “entre vocês não pode ser
assim, vocês devem servir uns aos outros”.
· E
ainda mais, Jesus demonstrou isso na prática – lavar os pés – “Vocês me chamam de mestre e eu sou, e sendo mestre lavei pés, façam o
mesmo”. – João 13.13-15
·
Não
precisamos lavar pés, mas precisamos servir ao próximo – não se sentir superior
por ter conhecimento ou posses.
·
Para
Deus não importa se você é famoso, bem sucedido, é patrão ou empregado. Importa
é que em todos os locais e de todas as maneiras você possa servir.
·
Para
Deus não interessa se você é presidente, secretário, canta no coral, sabe a
Bíblia de cor, é pastor ou leigo, para Deus todos somos servos, e devemos agir
como servos.
·
São
palavras difíceis de Jesus, pois muitas vezes não conseguimos servir ao próximo
por causa do orgulho e da vergonha.
2 – Maior é o que se
torna criança!
·
Uma
pequena história para ilustrar:
o
Pequeno
povoado sem chuva há meses.
o
Todos oram e
pedem para que venha chuva
o
Resolvem subir
todos no monte mais alto para orar
o
No momento da
partida, vem um menino com um guarda chuva.
o
Todos riem e
perguntam: para que esse guarda chuva? A seca é muito grande!
o
O menino
responde: se vamos pedir ao papai do céu para que chova, vai chover, e
estou apenas me preparando para não voltar molhado para casa.
·
Marcos 18.3-4 afirma que devemos ser como crianças para entrar
no reino dos céus.
·
Por
isso também a relação de nosso texto com a criança.
·
Jesus
não diz que devemos ter atitudes infantis, mas confiança infantil.
·
Deus
espera que sejamos, pela fé, como a criança da história: que confia
absolutamente!
·
Criança
que ouve a voz do Pai e confia plenamente no que Ele diz, sem medo.
·
Essa
resposta também foi um duro golpe para o orgulho e desconfiança dos discípulos.
·
Entender
que, mesmo tendo todo o conhecimento do mundo, é preciso sabedoria, a sabedoria
que vêm de Deus, para que não sejamos servos infiéis.
·
Já
as duas respostas em conjunto, nos fazem pensar em nossa vida de santificação
aqui neste mundo.
·
Quantas vezes pensamos apenas em nossos interesses? Quantas vezes
deixamos de servir ao marido, esposa, filhos, aos pais por orgulho e vaidade?
·
Quando
agimos assim, Jesus afirma que estamos sendo últimos na Vida Eterna.
·
Atitudes
assim parecem no momento não causar dano a nossa fé, mas, à longo prazo podem
até terminar com a confiança, nos levando a perdição eterna.
·
A
autossuficiência é prejudicial, pois o maior de nós, o melhor de nós, para Deus
não é suficiente.
·
João
3.30 mostra João Batista, o maior homem que já existiu dizendo: “convém que ele (Jesus) cresça e eu diminua”.
E vejam como isso se torna
significativo:
Jesus, que foi servo até a cruz, chama
seus discípulos, e nós também, a sermos servos. Ele toma uma criança para
ilustrar o que diz. O contexto cultural que ele vivia dizia que uma criança não
era somente fraca, mas também incapaz de cumprir a Lei. No mundo greco-romano
uma criança era considerada um ser insignificante, ganhando importância somente
depois de treinada e educada. Tanto em Aramaico com em Grego, línguas do
original bíblico, usadas por Jesus, o termo criança também poderia significar
“servo”, indicando alguém sem posição de autoridade que vivia para os outros.
Nós somos assim. Incapazes de cumprir
a Lei, insignificantes aos olhos do mundo, e podemos viver uma vida toda sem
destaque aqui neste mundo, mas Aquele que cumpriu a Lei por nós, nos acha tão
valiosos, que se entrega em nosso lugar. Por isso servimos, pois somos servidos
a todo o momento por Jesus.
Por isso queridos irmãos, sejamos
servos, talvez insignificantes ao mundo, mas de um valor tão grande, não um
maior que outro, mas todos de igual valor, comprados pelo mesmo sangue, filhos pela fé, por Cristo Jesus.
Quando assim agimos, como servos,
levamos a certeza de salvação aos outros pelo testemunho, e podemos ter a
certeza de nossa salvação, pois Jesus afirma “os
últimos serão os primeiros (Mateus 20.16)”. Amém.
Rev. Paulo Sérgio Kühl
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